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Além da estrutura e credibilidade do Patria Investimentos, a Tria Energia conta com o seu corpo técnico como diferencial para conquistar seu lugar no mercado. A comercializadora foi lançada recentemente e chega ao setor com um aporte de R$ 120 milhões, que serão usados para trazer robustez e suportar operações de crédito. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor Thiago Natacci, que junto com Daniel Lima, Rodrigo Pelizzon, Heloy Rudge e a gestora de investimentos fundaram a Tria, destaca esse predicado. “Formamos um time de primeiríssima qualidade, com profissionais experientes que passaram por grandes corporações e que também empreenderam”, avisa.
Natacci conta que a Tria – que nasce centrada no trading e operações de crédito – quer atuar como uma one stop shop trading, em que o cliente pode adquirir múltiplos produtos, com todas as soluções que precisa no mesmo lugar. Ele dá como exemplo um grande consumidor que tenha grandes cargas e consumo, mas que pode fazer Geração Distribuída e auto produção. “A gente traz para a mesa outras oportunidades que eventualmente o mercado não está olhando, nos colocando à disposição do mercado como uma One Stop Shop Trading“, explica.
O foco estará em todos os segmentos do mercado livre, mas nesse início a área do atacado estará na linha de frente, apresentando o Pátria para o mercado, gestores e consumidores. A partir daí, o segmento varejista deve tomar forma. “A ideia é ser uma trade relevante do mercado, mais uma opção relevante para o consumidor, podendo atendê-los tanto nas grandes cargas quanto nas menores”, comenta.
Para o executivo da Tria, o pedido comum dos consumidores de todos os tamanhos que estão no mercado livre é de um relacionamento mais próximo, com o oferecimento de produtos que atendam às suas necessidades. Os consumidores tradicionais têm buscado reduzir as exposições no longuíssimo prazo. Já para os menores, que estão chegando agora, é um momento de conhecimento e educação desse novo ambiente.
A Tria Energia será uma investida do Pátria, tendo uma atuação independente. Não há nenhum tipo de acordo prévio com as outras investidas da gestora para eventuais projetos futuros. Não há vantagens para ela na disputa por negócios do setor com essas investidas. “Obviamente tem uma sinergia de inteligência de mercado e nesse contexto quer dizer que a Tria vai estar competindo por negócios com as investidas do Pátria em iguais condições de outros”, avisa.
Segundo Natacci, a forte digitalização que vem acontecendo na comercialização de energia será um movimento natural. Com os grandes clientes, o relacionamento é mais estreito, por ser um público reduzido. Quando a escala aumenta e o número de unidade se expande aos milhares, a digitalização se faz necessária. “Vai ser necessário uma plataformização de processos, para facilitar, para baratear o perfil de relacionamento, acho que isso vai ser um caminho natural”, observa.
Para Frederico Sarmento, Managing Director da área de Infraestrutura e Energia do Patria Investimentos, o volume transacionado no mercado brasileiro de energia é muito grande, o que permite a chegada do Patria e de outros grupos de fora do setor elétrico à comercialização de energia. “Tem espaço para todo mundo e cada um vai ter um tamanho, vai pegar uma fatia do bolo dependendo da competência do que oferece, dos diferenciais e do posicionamento”, comenta.
Em 2021, Natacci e os sócios venderam a Targus Energia para a Vibra, que foi incorporada pela Comerc, também comprada pela ex-subsidiária da Petrobras. A concorrência na comercialização não preocupa o sócio da Tria, que também vê espaço para a chegada de novos players de fora do setor. “Vamos cavar o nosso espaço”, conta.